A pandemia causada pelo novo coronavírus gerou impactos significativos na economia mundial e no Brasil não foi diferente. Praticamente todos os setores desde as indústrias, passando pelo comércio até mesmo as exportações brasileiras tiveram as suas operações e boa parte dos seus resultados comprometidos. Porém, nem todos os setores sofreram impactos tão negativos.
O objetivo deste artigo é apresentar um panorama geral sobre o comportamento e os resultados das exportações brasileiras durante o enfrentamento desse momento tão desafiador decorrente da COVID-19. Acompanhe!
Quais são os principais produtos e mercados para a exportação?
O mercado asiático é o destino da maior parte das exportações brasileiras, chegando a 47,2% do total. Enviamos para esta região basicamente produtos alimentícios e commodities agrícolas, animais e minerais como soja, carne suína e bovina, alumínio, ouro, algodão, minério de cobre etc.
Assim, o Brasil vive uma via de mão dupla com os seus grandes parceiros asiáticos, como a China, ofertando alimentos, matérias primas, insumos agropecuários e minerais em troca de investimentos maciços em infraestrutura e produtos de manufatura.
Quais produtos apresentaram aumento ou retração durante a pandemia?
O impacto causado pelas medidas de prevenção, controle e combate ao coronavírus resultaram em uma redução ou paralisação de 76% do setor industrial. Durante os quatro primeiros meses de 2020, matérias primas brasileiras enviadas para diversas partes do globo também apresentaram queda. As exportações para o continente Norte-americano caíram 18,5%. Para a África, a queda foi de 1,5% e, para a Europa, 3,5%.
As maiores quedas, porém, foram nas exportações para Oriente Médio 29,9%, América do Sul 21,2% e principalmente para a América Central, onde o índice apresentou redução de 57,1%. Entre os setores mais rapidamente afetados pela crise, podemos citar a indústria de eletroeletrônicos e a indústria de defesa. Segundo dados da Abinee — Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica —, 70% das empresas que atuam nesse nicho enfrentam problemas com o abastecimento de insumos importados.
No caso das exportações de produtos da indústria de defesa, houve uma redução de 34% nas vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que representa um volume aproximado de 366 milhões de dólares. Conforme as informações disponibilizadas pelo Ministério da Defesa, as vendas externas projetadas para este ano devem atingir os 850 milhões de dólares devido à pandemia. Caso haja confirmação dessa estimativa, será uma queda muito significativa para o setor, tendo em vista o desempenho alcançado em 2019, quando atingiu um volume de 1,2 bilhão de dólares.
As exportações destinadas ao mercado asiático, por sua vez, agiram na contramão da crise. No primeiro quadrimestre deste ano, elas cresceram 15,5% comparadas ao ano passado. Considerando apenas os números para a China, esse crescimento foi da ordem de 11,3% durante a pandemia.
Como as empresas exportadoras estão lidando com esse momento?
Apesar de começar a apresentar sinais de melhora e estabilização, a crise ainda está longe de terminar. Mesmo com os esforços globais para a produção de vacinas para imunização da população em tempo recorde, ainda será necessário lidar com o receio das pessoas em retomar a vida normal. Isso nos leva a crer que ainda levará um tempo para que o ritmo econômico retorne aos níveis pré-crise.
Sendo assim, as empresas que atuam no transporte logístico entre as cadeias de suprimento precisam tornar as suas operações mais eficientes, reduzindo desperdícios e otimizando suas atividades. Essa necessidade gera uma aceleração no processo de aplicação intensiva da tecnologia, tanto em processos produtivos como nos gerenciais, a chamada transformação digital.
Quais são as perspectivas para as exportações brasileiras no pós-pandemia?
Como podemos observar, as perspectivas para o setor se mantêm positivas, uma vez que o Brasil conta com fortes parceiros globais que demandam cada vez mais por seus produtos, com destaque especial para a China e a sua demanda por alimentos e commodities.
Ainda que alguns setores como os citados tenham sofrido redução no seu ritmo de crescimento, as indústrias exportadoras ainda se mantêm de pé, tendo a sua maior parte apenas reduzido a sua capacidade produtiva, e não fechado em definitivo.
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